sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal e Feliz Chanuka!

Então people!

A maioria de vcs sabe que eu não comemoro o Natal. Pra quem não sabe, não é por revolta não, é só porque eu sou judia mesmo! E quando eu falo isso pras pessoas, muita gente me pergunta: "Mas você não faz nada no Natal? Vocês não têm nenhuma festa?"

Eu sempre respondo: Então! A gente tem uma festa sim, que costuma calhar sempre com o Natal, é chamada Chanuka (lê-se RRANUKÁ). Ela dura 8 dias e tecnicamente a gente tem que ganhar um presente em todos eles, mas, isso nunca aconteceu comigo!

Só que na verdade, eu nunca tenho paciência de explicar o que é a história de Chanuká.

A história de Chanuká, é uma história de milagres. Me desculpem, mas vou ser bem sucinta aqui, mesmo porque eu não tenho todo esse conhecimento pra contar tudo com detalhes! Quem me conhece, sabe que eu sou judia, sabe que eu não sou a mais praticante da face da Terra (aliás né, nem a menos praticante)!

Os acontecimentos se passam na época do Segundo Templo, ou seja, 200 a.C. (Segundo Templo: Houveram dois grandes Templos na história judaica. O Primeiro, construído pelo rei Salomão, o segundo, por Herodes, no mesmo local em que se encontrava o primeiro, que foi destruído pelos Babilônios. O Segundo é o mais conhecido, pois, apesar de também ter sido destruído, uma parte sua permanece de pé até hoje e é conhecida como Muro das Lamentações).

Então, o povo judeu tava de boa lá na sua terra quando de repente, os gregos, grandes conquistadores, resolveram que queriam tirar uma casquinha de lá, invadindo o pedaço com seu super ultra mega blaster exército.

E aí ocorreu o primeiro milagre: os judeus, bem menos numerosos, compostos de meros camponeses, sem o menor "know how" na arte da guerra, conseguiram derrotar a super potência grega. Este pequeno exército ficou conhecido como os Macabeus.

Mas o milagre mais conhecido não é este. É o segundo. Depois da batalha, percebeu-se que o azeite puro utilizado no Templo para que fossem acesas as luzes da Menorá (um candelabro com 7 braços) duraria apenas um dia. Entretanto, ele durou aceso por 8 dias, tempo suficiente até que mais azeite fosse produzido para manter a chama acesa (a chama tinha que ficar acesa). Por isso que o Chanuká é conhecido como a festa das luzes, onde a cada dia (dos oito, por causa do tempo que durou aceso o azeite) é acesa uma vela num candelabro denominado Chanukiá.

Pois é, festa das luzes, assim como o Natal. Então, quando as pessoas vêm me desejar um feliz Natal, mesmo eu não comemorando, e muitas vezes elas sabendo disso, eu as abraço e digo: "pra você também!". Porque o Natal, pra mim, pode não ter o significado religioso que ele tem. Mas é uma festa tão bonita, em que todos se desejam o bem, em que a atmosfera humana fica mais leve, que me dá uma ótima sensação de bem estar, coisa que não temos durante todo o ano. 

Sim, é o milagre de Natal (e também, quantos filmes não há nesse sentido?), pois é uma época em que parece até que nos aproximamos da vontade de John Lennon: "Imagine all the people, living life in peace". Há mais sorrisos, mais pessoas se ajudando (tem mais trânsito também, mais gente na rua, mas vamos abafar o caso né?).

O caso é que, nesta época do ano, não importa se você é cristão, judeu, mulçulmano, hare krishna, budista, etc. Importa que você seja uma pessoa, e o que você faz como tal (aliás, isso não importa só nessa época do ano, mas sim no ano inteiro). Você é bom? Você ajuda o próximo? Ou pelo menos tenta não atrapalhar? Pra isso, ninguém depende de religião. Ou de milagre.

Por isso desejo a todos: Um Chag Chanuká Sameach e um Feliz Natal!


domingo, 18 de dezembro de 2011

Resoluções de ano novo

Ano passado, nesta mesma época, escrevi um post com várias resoluções que tinha tomado para 2011. Também já escrevi um post, neste ano, dizendo que já tinha cumprido várias delas.

Mas nada como o fim do ano para fazer o balanço derradeiro:

- Terminar a Pós: Defendi a tese, passei, sou pós-graduada em Direito Público, com o diploma já em mãos!

- Voltar a estudar (pra concursos): Not checked. Este ano foi um ano mais voltado a realizações pessoais do que profissionais. Os estudos ficaram em segundo (ok, em último) plano. Mas não é algo que do qual eu me arrependa. Muito pelo contrário. Se estivesse estudando não teria feito metade das coisas que me deixaram muito feliz esse ano.

- Fazer uma grande viagem: Pô, se fiz né? Duas semanas no Chile, sozinha. Deserto do Atacama, minha epifania. Foi tudo que eu sonhei e que não sonhei. E mesmo assim, realizei. E sozinha, coisa que eu nunca imaginei que conseguisse ou tivesse coragem de fazer. Abriu portas para outras muitas viagens que sei que terei. Fora as outras viagens que fiz ao longo do ano: Peruíbe, Rio de Janeiro (ô cidade maravilhosa!), Campos do Jordão, Buenos Aires (Hello? Também foi uma grande viagem! Mas por menos tempo), Maresias e Mongaguá tá vindo aí também (Sei, coisa de pobre, mas aqui é curinthia né, e depois do Chile, é o que deu pra fazer)!

- Sair mais: Saí muitooooo! Talvez menos do que gostaria, mas não tive do que reclamar. Este ano eu realmente aprendi o que é viver a vida. Dar minha bela face a bater neste mundo a fora. Sofri várias vezes, mas também já escrevi neste blog que antes viver cheia de cicatrizes do que não viver "at all". Fico feliz de ter histórias pra contar, coisa que não tinha até então!

Pois bem. 2012 está chegando e está na hora de fazer novas resoluções.
Eu poderia prometer voltar a estudar, porque realmente não me vejo mais crescendo profissionalmente e isto me chateia um pouco. Afinal, estudei muito pra ficar estagnada num lugar que eu até gosto, mas não é o que eu quero pra minha vida.

Eu poderia prometer me tornar uma pessoa melhor. Ser mais racional, menos emocional. Poderia prometer me envolver menos com as coisas/pessoas. Que ficaria menos irritada com aquilo que me chateia ou decepciona.

Eu poderia decidir que iria para Europa passar 30 dias sozinha de qualquer jeito, doa a quem doesse (esse doa a quem doesse é mais meu bolso que qualquer outra coisa!). Que iria conhecer um pedacinho de cada país que eu quisesse, e principalmente meu maior sonho de vida, a Grécia.

Mas não, este ano não farei novas resoluções. Isto, porque fazendo resoluções, eu me fecho, deixo de ter maleabilidade para as oportunidades que muitas vezes a vida nos oferece e que são totalmente inesperadas.
Foi isso que eu aprendi esse ano. Que as melhores coisas que a vida nos dá são imprevistas. É claro que temos que ter uma direção na vida. Mas ela não pode nos impedir de mudar de idéia no meio do caminho, por algo que se apresentou e que pode ser bom.
O melhor do que vivi esse ano foi justamente aquilo que eu não previ de forma alguma, mas que a vida resolveu me dar de presente. E eu aceitei com muito bom grado, mesmo não tendo planejado daquela forma.

Então, este ano eu vou viver conforme a vida se apresentar pra mim. Bom, talvez essa seja minha única resolução de ano novo! :)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Em busca de mim mesma

Quem me acompanha (ou não) percebeu que há um tempo atrás eu estava bem mal. Como todos nós fazemos de vez em quando, me perdi na vida. Fui pro fundo do poço. Precisava me encontrar. Mas comecei a voltar devagarzinho e algumas coisas começaram a dar certo. 

Uma delas foi poder tirar mais 15 dias de férias (coisa que eu já nem tinha mais esperança de fazer esse ano). Só que eu não queria tirar férias pra ficar em casa. Isso não me ajudaria em nada, ao contrário, só pioraria tudo ("cabeça vazia, oficina do diabo"). Então, resolvi ir ao Chile, pra tentar me encontrar.

Porque pro Chile? Bom, há cerca de dois anos descobri que tenho parentes no Chile. Nós aqui no Brasil não sabíamos da existência deles e eles da nossa. Então, resolvi que ia pra lá pra encontrar esse elo perdido da família Goldzveig. E, além de tudo, era um lugar diferente que apesar de nunca ter feito parte dos meus planos de viagem anteriormente, foi um lugar pelo qual eu me apaixonei.

Passei duas semanas maravilhosas lá. E mesmo assim, não consegui conhecer o país todo. Não parece, mas o Chile, apesar de ser "fininho" (ouvi por lá que o Chile não tem leste e oeste, só tem norte e sul), é um país muito grande, muito extenso, de extremos muito opostos. De neve de um lado e deserto do outro. De lugares exóticos como a Ilha de Páscoa. De praias maravilhosas, como em Viña del Mar e Valparaíso. E Santiago com certeza é uma metrópole bem melhor cuidada que São Paulo.

Comecei com Viña del Mar e Valparaíso. Numa comparação tosca (MUITO tosca) são como Santos e São Vicente. Pela aproximação uma da outra, tanto que podemos transitar entre uma e outra de ônibus regular ou até de metrô (sim, metrô intermunicipal). Agora, as praias de lá são muito mais lindas que as nossas, sem comparação. Mar azulzinho, praia limpinha. Mas o Oceano Pacífico, sem condições de entrar. Congelante. Tentei, pus meu pezinho e ele começou a formigar de tão gelada que estava a água. Ardia até.

Fiquei bastante em Viña, e cheguei à conclusão de que poderia morar lá facilmente. No fim, já tava dando até informações pro pessoal de lá de como chegar nos lugares! Adorei ficar andando pela cidade, entrar em cafés, ficar nas plazas sentada, lendo, sem fazer nada. Ir à praia, ouvir música, olhar o mar. Lá eu descobri o que era ócio criativo! Com certeza eu poderia viver assim pro resto da vida! :)



Mas eu queria viver uma aventura. Quando decidi ir pro Chile minha idéia inicial era ir pra Ilha de Páscoa, porque sou encantada pelos Moais e toda misticidade que os envolve. Mas meu tempo ($$$$) era curto. Só que o Chile tem lugares diferentes para se conhecer em quase toda sua extensão. Ao sul, há a Patagônia. E ao norte, o deserto do Atacama. Fui pro Atacama, sozinha, alone, with myself.

Foi minha parte preferida da viagem. Porque aprendi muitas coisas sobre mim mesma. Esse tempo sozinha, com tantas coisas diferentes pra fazer e conhecer. Tantos lugares exóticos, lindos. Tanto calor e tanto frio (deve ter ido fácil dos 40ºC aos -10ºC). Me fez pensar muito sobre muitas coisas. Conheci muita gente diferente, de vários lugares do mundo. Percebi que eu faço amizade fácil! :) Então, por mais sozinha que estivesse, eu conguia arrumar companhias, mesmo que fosse apenas por uma excursão. E mesmo assim, quando resolvi sair sozinha, me virei bem. Enfim, foi um lugar catártico.

O Atacama não se descreve por palavras. Nem as fotos conseguem transcrever o que significa aquele lugar. Só estando lá pra saber. Sei que fiquei apaixonada por um lugar deserto, cheio de areia e sal, inóspito, árido, mas belíssimo. Emocionante.



Santiago não me surpreendeu. Mas isto não é uma coisa ruim. Eu já tinha ouvido falar muito bem da cidade e foi exatamente isso que eu encontrei: uma cidade de primeiro mundo, uma metrópole, mas em que as pessoas têm uma qualidade de vida muito melhor. Metrô lá vai longe. Fui a Concha y Toro, uma vinícola, de metrô. Andei a cidade toda de metrô, que é extremamente limpo, aliás, a cidade toda é (Aqui eu não consigo ir de casa até Moema, que é praticamente do lado, de metrô. Coisa pra se pensar). As pessoas não andam com pressa como aqui em São Paulo. Elas também param pra ficar nas praças, olhando pro horizonte e além. Os Cerros (pra gente é morro, mas não morro=favela), são lindos, verdadeiros parques nas alturas. Pena que fiquei pouco tempo lá, gostaria de ter conhecido melhor.



Anyway... Como disse anteriormente, fui pro Chile pra me encontrar como pessoa. Acho que como eu passei bastante tempo comigo mesma, mas longe das coisas que estavam me afligindo, tive a chance de colocar os pensamentos em ordem.

Pode até parecer que foi uma tentativa de fuga de mim mesma. Mas não foi. Ninguém consegue fugir de si mesmo, isto é impossível. Mas este "pause" na minha vida real me ajudou muito a olhar pros meus problemas de uma perspectiva que antes não eu não tinha. Voltei muito mais leve, feliz, muito mais disposta a encarar os problemas de frente. Aliás, muito mais disposta a não arrumar mais problemas! :) Mas se eles aparecerem, o que eu tenho certeza que acontecerá (porque todo mundo é passível a isto), acho que passarei a encarar as coisas de outra forma.

Eu já fui e já voltei do pior muitas vezes. Mas cheguei a uma conclusão: eu sou uma Fênix (ou o Highlander!)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011

Iniciei 2011 querendo que o ano realmente começasse logo. Termino-o desejando que acabe o mais depressa possível! Explico.

Isto não é porque o ano foi ruim não! Imagina! Foi de longe um dos melhores anos da minha vida. Comecei esse ano na beira do abismo. Sem chão, sem saber o que fazer. Com isso, aprendi que tudo na vida é uma questão de hábito. O difícil, apenas, é largar os velhos costumes e iniciar novos. Mas por isso que eu queria que o ano começasse logo. Fui obrigada a largar um hábito velho e capenga (e chato, muito, chato, diga-se de passagem!) e queria recomeçar minha vida, cheia de novas experiências.

E assim foi.

Começo pelas pessoas. Recuperei amizades desgastadas antigas. Conheci muita gente nova. Gente que não valeu a pena. Gente que parecia que ia valer a pena, mas não valeu. Gente que valeu a pena, mas que (infelizmente) não ficou. Gente que valeu muito a pena e que se mantém a meu lado até hoje.

É difícil, sou uma pessoa que se apega rápido e muito aos outros. Às vezes os outros simplesmente não são assim. Aliás, a maioria não é. O que eu preciso aprender é não me doar tanto como eu sempre faço. Botar em prática o "eu me amo antes de você", porque é necessário pra ME evitar desgastes emocionais desnecessários.

O que importa é que todas as pessoas que conheci me ensinaram algo. Seja bom ou ruim, aprendi com todas.

Meu trabalho teve altos e baixos. Desentendimentos sempre surgem, porque afinal, a gente trabalha com pessoas, diferentes da gente, com idéias e pontos de vista diversos. Mas no fim, não tenho do que reclamar. Tive meu esforço reconhecido pelo meu querido chefinho, que é o que conta.

Aleluia! Após mais de um ano enrolando só com a monografia de conclusão de curso da Pós-Graduação, defendi minha tese, me tornando especializada em Direito Público. Finalmente tenho um título e pontos há mais para um futuro concurso público. Sim, porque definitivamente, meu lugar não é (eternamente) no TJ.

Viagens, muitas viagens! Sabia que gostava de viajar. Mas agora tenho certeza absoluta! Comecei com uma pequena ida despretenciosa de dois dias pra Peruíbe (Peruoba!). Terminei passando 2 semanas fantásticas no Chile (na verdade eu ainda não terminei, irei ao fim do ano a Mongaguá, pegar mais um bronze!). Todas as viagens foram boas. Mesmo Maresias tendo chovido (a companhia foi mais que boa!). Mesmo não tendo conhecido Buenos Aires do jeito que queria (o tempo foi curto). Mesmo não tendo ido à praia no Rio de Janeiro (como assim, né??). Mesmo tendo feito o tour de sempre por Campos do Jordão (que continua linda).

Viagens são boas porque quebram nossa rotina e nos dão uma folga pra respirar pra poder continuar tudo de novo. Viagens, pelo menos pra mim, são uma espécie de limbo antes de um recomeço. É algo que vivemos fora da nossa realidade, mas que serve pra gente se realinhar, voltar aos prumos, ficar sobre os próprios pés pra poder voltar a andar.

Em tempo, já tenho minha carteirinha de alberguista e aprendi a viajar sozinha, tendo elegido como novo hobby, conhecer lugares novos. Me segurem!

O boxe e o thai foram o que me salvaram muitas vezes de mim mesma. Lá é minha segunda família. Um lugar que eu realmente me sinto em casa. Então, se eu tinha um problema, era só ir pra lá que ele passava na porrada! :) E tem gente que não entende porque eu não abro mão do meu treino. Simples: porque é minha vida, e porque faz parte de mim. E como eu sempre digo, boxe e thai podem até ser lutas, mas são feitos de sorrisos! Ah! E eu finalmente me graduei no thai: faixa branca com ponta vermelha, pulei uma! \o/

Por fim, meu elefante branco finalmente começou a ser resolvido, depois de mais de um ano de enrolação. E essa coisa que não quer desgrudar de mim, começa a se soltar cada vez mais.

Por tudo isso que eu digo que foi um ano bom. Tive momentos baixos? Sim, claro, quem não tem? Mas os momentos bons sempre superam, e é da parte boa e divertida que acabamos lembrando! Anos de novas experiências são assim: aprender é uma coisa difícil, a gente pena. Mas no fim aprende e sofre menos. E o saldo é sempre positivo!

Agora, porque quero que o ano termine logo? Bom, o ano já está no fim mesmo. Alguns hábitos já estão se tornando velhos e muitas vezes se tornam ciclos viciosos ao longo do tempo. Então, nada melhor que um ano novo para recomeçar, com outra cabeça, outro pensamento, novas aventuras. Aprendendo a manter aquilo que foi bom, descartando aquilo que foi ruim. Se vou ter momentos de sofrimento? Provável. Não faz mal, porque faz parte da aprendizagem.

Ou seja, quero que este ano acabe só pra que o outro comece! :)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Mentira e falsidade

Poucas coisas têm o poder de me deixar tão chateada do jeito que essas duas coisas do título deste post deixam.

São coisas que desgastam a gente. Porque mentira e falsidade são irmãs que nos fazem acreditar, porque são boas atrizes. Se travestem de ótima aparência. Então cremos, porque tudo parece lindo maravilhoso (talvez porque queremos que tudo fosse do jeito que parece, sem querer enxergar a verdade). E lógico, porque confiamos também.

Mas, uma hora ou outra, a verdade vem à tona, despindo as duas irmãs, derrubando máscaras, mostrando tudo do jeito que realmente é, que não tem nada de lindo maravilhoso. E a confiança vai ralo a baixo.

Anda rolando uma frase por aí que é mais ou menos assim: "Prefiro mil vezes levar um tapa da verdade do que um abraço da mentira". É justamente isso.

Verdade e sinceridade, por mais duras e cruéis que sejam, são sempre melhores que uma mentira fantasiosa. Nos dá a chance de conhecer a realidade, enfrentá-la de cabeça erguida, sacodir a poeira e dar a volta por cima. A mentira e a falsidade não nos dão essa oportunidade, pq a gente passa a viver algo que não existe.

E aí quando a verdade vem à tona, ah, aí o chão some. E essa virada se torna mais difícil (difícil, não impossível). Porque com ela vem a quebra de confiança em algo ou alguém com que achávamos que podíamos contar. Isso não volta jamais.

O que me deixa chateada é esse desgaste de perceber que não é verdade, encará-la de frente e começar tudo de novo. De ter minha confiança no mundo, de uma forma geral, quebrada. Não que minha chateação vai me impedir de fazê-lo. É só que é chato mesmo.

Gostaria que o mundo fosse mais sincero. Acho que seria mais fácil pra todos. Viver desconfiando de tudo e de todos é triste e paranóico.

domingo, 20 de novembro de 2011

O que é, o que é?

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...


Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz

Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...


Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será

Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...


E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...


E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...


Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...


Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...


Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...


Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...


E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Meus devaneios

Bom (sabe o que eu percebi? Eu tenho mania de começar minhas frases com "bom" - comentário aleatório!), vira e mexe vocês veêm que eu posto frases aleatórias (acho que falo muito "aleatório também!) ou no face, ou no twitter.

Resolvi fazer uma compilação com algumas frases minhas, que seguem uma ordem aleatória (3) de coisa nenhuma, de um tempo que talvez já tenha se passado. (Observação importantíssima: nenhuma delas é pessoal!!) 

São elas:

- Quer saber? A esperança é a última que morre. Mas morre. Só que não deixamos de viver por causa disso.

- A esperança é a ultima que morre. Mas ela morre. E não ressuscita. 

- Não gosto de pontos, porque eles são finais. Prefiro as vírgulas, que dão continuidade. Mas gosto mesmo dos parágrafos que iniciam tudo, sem saber no que vai dar. (Eu tenho muito orgulho dessa!)

- O triste de voltar de viagem é que com o retorno, a realidade também volta.

- É engraçado. Às vezes evitamos algo para não magoar alguém. Mas quando resolvemos tentar, dar uma chance, nós é que saímos magoados.

- Quero que sintam minha falta, que me perguntem como estou, que me mostrem que eu faço a diferença. Não quero mais correr atrás, cansei.

- Aprendi que os homens gostam de mulheres cordeiro. Que pena, nasci pra ser loba. (Essa eu também gosto muito!)

- O amor e o ódio são o mesmo sentimento olhando por pontos de vista diferentes.

- É, é isso mesmo. Mas mesmo assim, mesmo escrevendo, ainda às vezes a dor demora a passar, a coragem a voltar e o alívio a vir: "Quando escrevo, sinto um alívio, a minha dor desaparece, a coragem volta". Anne Frank

- Como eu odeio quando essa tristeza invade meu peito e faz ele doer de um jeito que parece que eu vou até morrer!

- Como é triste querer falar com quem não pode.

- É engraçado que as pessoas sempre se colocam disponíveis pra qualquer coisa. Mas quando você realmente precisa delas, elas fogem. Ou te ignoram.

- Acredito piamente que é possível morrer de tristeza.

- Tudo na vida seria mais fácil se a gente deixasse de querer justamente aquilo que não podemos ter.

- O frio que eu sinto nao é no corpo. É no coração e na alma.

- Cada vez que uma pessoa me decepciona, ela mata um pouquinho de mim.

- Vou me entregar aos braços de Morpheu, porque são os únicos que nunca me negam um abraço.

- Que saudade daquela época em que tudo era mais fácil, em que não havia preocupações, nem expectativas. Hoje a decepção já é inevitável.

- Mudanças bruscas de comportamento sempre são acompanhadas de um motivo. O que dói e não saber qual é.

- To give all your trust and see it broken. That's the kind of thing that shatter all your hope in people. (Porque eu sou bilíngue!)

- Sabe quando você já tentou de tudo? Saber desistir não é ser derrotado. É ser sensato. Nunca trate como prioridade quem te trata como opção.

- É a saudade de algo que não se viveu: "Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta" (Camille Claudel).

sábado, 5 de novembro de 2011

Selva de Pedra

É, eu gosto de morar na cidade grande, principalmente na maior metrópole do país. A gente encontra tudo que quer com a maior facilidade, e praticamente a qualquer hora do dia. Mas tudo tem seu preço.

Não quero dizer preço=$ (não que isso também não tenha!), mas o preço mais caro fica por conta do que acontece nas relações humanas na cidade. Aliás, pela falta de relação humana. As pessoas são extremamente frias aqui em São Paulo.

Quem nunca pegou o elevador com o vizinho, tipo um cubículo de 1mx1m, e ele faz questão de fingir que não te viu e nem te dá um bom dia - boa tarde - boa noite? Eu não sei, eu tenho o hábito de ser simpática com todos. Você às vezes até quer cumprimentar a pessoa e ela abaixa cabeça pra não ter que fazer isso. Não consigo entender porque. A mesma coisa acontece no trabalho. Às vezes você conhece a pessoa de vista, mas não trabalha diretamente com ela. É a desculpa que falta pra ela não olhar na sua cara.

Aliás, eu trabalho no centro da cidade. É, pertíssimo da Praça da Sé. Eu não sei se é porque sou baixinha e as pessoas não me enxergam ou se elas realmente não se importam. Mas, vocês já perceberam que quando uma criatura anda, ela não desvia de absolutamente nada que venha no seu caminho? Não dá passagem pra quem quer que seja? E se bobear ainda vem com o cotovelo pra cima de você. Já cansei de levar esbarrão na rua e a pessoa simplesmente não se preocupa nem em pedir desculpas. Eu fico muito, muito brava nessa hora.

O metrô então é um caso à parte. Você quer ver alguém fazendo uma gentileza? Não vá ao metrô! Pessoas que ocupam lugar de 3 ao mesmo tempo, que não te dão passagem, que se penduram lá no ferro e não te deixam segurar... Isso sem falar nos pobres velhinhos que têm que ficar de pé, porque alguma dondoca ou um moleque sentou e simplesmente não levanta seu luxuoso bumbum pro idoso sentar. E sabe porque eles não falam nada? Porque eles têm medo, porque eles não sabem a reação que a outra pessoa vai ter.

Aliás, outro dia eu conversei com uma senhora no metrô que me pediu passagem pra poder se segurar melhor. Eu prontamente a atendi e perguntei pra ela se ela não queria se sentar, porque afinal, era um direito dela, e me dispus a conversar com alguém que tivesse muito melhor pra ficar de pé do que ela. Ela não me deixou. Disse que tinha medo, que não queria arrumar briga com ninguém, que preferia ficar quietinha de pé, mesmo sendo um direito dela sentar. E eu vendo a dificuldade dela pra se segurar. Ajudei como pude.

Fiquei só pensando: que mundo é esse em que um idoso tem medo de pedir um lugar pra sentar, mesmo sendo um direito dele e a outra pessoa estando em bem melhores condições de saúde?


Eu preciso falar do trânsito então? Acho que não né. Os acontecimentos de uma simples volta no bairro de carro dão um post por si só.

São os efeitos da selva de pedra em que vivemos. Viver numa metrópole torna as pessoas mais duras, frias e principalmente egoístas. Primeiro eu, depois ao outro. Se é que o outro ainda vem depois (porque é mais capaz de ser primeiro eu, depois eu, depois eu também, quem sabeeeee, depois o outro). É raro ver um gesto de gentileza.

Altruísmo de verdade não existe. Se a pessoa faz o bem é porque ela espera algo em troca com isso. O bem sem esperar retribuição dificilmente pode ser visto. Sei lá, quando eu vejo uma pessoa em necessidade e posso ajudar, eu simplesmente faço. Mas eu sei que não sou como a maioria. A maioria pensa primeiro: "o que eu vou ganhar com isso?". Aí pesa na balança os prós e os contras pra ver se age ou não.

Quando presenciamos um gesto de gentileza nos surpreendemos, achamos bonito, aplaudimos, damos parabéns pra quem agiu dessa forma. Não devia ser assim. Isso devia ser a regra, não a exceção. Deveria ser algo comum. Apesar de achar que aqui, minha visão é totalmente inocente mesmo de viver num mundo bom, em que todos se dão bem e tudo mais... (Imagine all the people, living life in peace... And the world will live as one).

Gentileza gera gentileza. Mas, às vezes, ficamos acuados de agir assim pela frieza do mundo em que vivemos. É, eu gosto de morar na cidade grande. Mas gostaria que ela tivesse um pouco mais de calor humano.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Vazio Criativo

Estou enfrentando um processo de vazio criativo atualmente. Olho pra tela em branco e simplesmente me faltam palavras.

Eu adoro escrever, mas atualmente encontro dificuldades de colocar "no papel" aquilo que ando pensando. Já dizia Thomas Mann: "O escritor é um homem que mais do que qualquer outro tem dificuldade para escrever".

Deve ser essa profusão de sentidos, no significado sensorial da palavra, que venho vivenciando. Não sei se já escrevi aqui no blog em algum post, mas vocês já notaram quão difícil é descrever em palavras um sentimento? Imagina vários! Eu sempre falo isso, é difícil explicar um sentimento.

Então creio que, na verdade, minha dificuldade não seja pra escrever o que estou pensando, mas sim, o que estou sentindo. Aliás, se eu mesma não consigo entender o que estou sentindo, como vou escrever sobre isso? É, fica difícil.

Do novo Thomas Mann: "A felicidade do escritor é o pensamento que consegue transformar-se completamente em sentimento, é o sentimento que consegue transformar-se completamente em pensamento"

E eu, do alto da minha alma de poetisa, não consigo transformar meu sentimento em pensamento. E se não consigo fazer isso, não consigo escrever. Entretanto, a ausência na escrita não significa o vazio de sentidos.

sábado, 22 de outubro de 2011

Tough to fight emotions

Prelúdio: Este é um post antigo, de mais ou menos um mês atrás. Resolvi publicar porque as coisas que se passaram já ficaram pra trás. E tudo que foi escrito naquela época, hoje, já não faz sentido. Então não fica parecendo uma indireta pra ninguém. Minha conclusão é apenas uma: devo usar mais a cabeça e menos o coração.

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Sim, eu vejo horóscopo. Acho interessante. Não vivo em função disso, claro, seria bobagem. Mas meu horóscopo de hoje caiu como uma luva. Ele me disse o seguinte:

"Será difícil lutar contra seus sentimentos, então, porque se importar? Se você conseguir lidar com isso, não se preocupe em esconder nada - uma única coisinha sequer. Ao invés disso, deixe a verdade ser dita. É o que você faz de melhor".

Realmente, lutar contra os sentimentos é difícil. Porque sentimento é aquela coisa né: vem sem que a gente queira que venha. Vai embora sem que a gente perceba. E dificilmente conseguimos sentir aquilo que o cérebro quer.

E aí, quando você se pega sentindo aquilo que você não queria de jeito nenhum, você começa a entrar em negação. "Não, eu não tô sentindo isso. É bobagem da minha cabeça!". É todo um processo até chegar na fase de aceitação: "Ok, não tem jeito, eu tô sentindo isso mesmo. Droga".

Geralmente quando não queremos sentir algo, mesmo que cheguemos na fase de aceitação, temos a tendência de esconder isso de todos. Principalmente daqueles que têm relação direta com o que estamos sentindo. Aí entramos naquela fase do: "Eu digo, ou não digo?". Essa é a pior fase, porque uma hora ou outra precisamos tomar uma decisão: a de contar ou não contar.

Mas chega uma hora que fica difícil de lutar contra e principalmente de esconder o sentimento. Pra mim pelo menos é. Eu já falei em outro post que eu era um extremo e por isso não tinha vergonha de demonstrar meus sentimentos (http://fefamind.blogspot.com/2011/06/virtudes-e-defeitos.html). 

Eu sou muito sincera. Eu não sou nem 100% sincera, eu sou 1000% sincera. Então, quando eu chego na minha fase de aceitação, eu já não consigo mais esconder. E preciso falar, falar a verdade, como disse meu horóscopo. A verdade me liberta.

Liberta em termos. Liberta dessa sensação ruim de não falar e não saber. Porém, falar, envolve outra pessoa. E aí entra o fator "não sei o que raios se passa na cabeça dessa pessoa". E fica difícil de contar. Porque por mais angustiante que seja a sensação trazida pelo não falar, a resposta da outra pessoa pode trazer uma sensação ainda pior.

É um dilema bem shakespeariano: "Ser ou não ser, eis a questão". Conto ou não conto, eis a questão. É verdade que ser sincera é o que eu faço de melhor. Mas, por outro lado, se a verdade liberta, ela também pode fazer sofrer(e definitivamente fez).

E aí horóscopo maroto, tem certeza que é isso mesmo que você quer que eu faça? Resolve essa pra mim também!

domingo, 16 de outubro de 2011

Here comes the bride... Not!

É gente, não tinha como não escrever sobre isso. Por mais que isso realmente não me incomode, marca. E como eu tenho uma relação especial com datas (sei lá, eu sempre lembro todas as datas, involuntariamente, desde pequena - "desde mais nova, porque pequena eu sempre fui"), eu acabo lembrando. Enfim...

Hoje era pra ser o dia mais feliz da minha vida. Tá, não sei se "o" dia mais feliz. Mas era pra ser um dos dias mais felizes pra minha vida. Dia 16.10.11 era o dia em que meu casamento estava marcado. Era o dia que eu tinha sonhado há alguns anos. Bom, desde que eu tinha começado a namorar pra ser exata. Acho que a maioria das mulheres pensa assim.

E era pra ser o meu dia. Porque o cerimonial do casamento não tem nada a ver com o noivo. Tem a ver com a noiva. E ela é a estrela de tudo. Tudo é feito pensando nela. É claro que quando o noivo resolve dar algum palpite (o que não acontece sempre, o que eu acho uma pena) ela acaba fazendo uma concessãozinha aqui ou ali. Mas tudo é feito centrado nela.

É o vestido, a maquiagem, a decoração... Mas eu, no caso, era muito preocupada em agradar a todos. Minha família, a família do meu ex. Principalmente porque seria uma cerimônia diferenciada, já que não nos casaríamos no religioso. Então eu perguntava toda hora pra ele se ele se sentia confortável com as coisas que estávamos decidindo. Mas ele nunca dava opinião, sempre falava: "ah, o que você quiser tá bom" (hoje sabemos bem o porque).

Bom, depois de ter tudo isso planejado e destruído eu mudei um pouco de opinião a repeito do assunto casamento. Porque casamento é muito mais que o dia em que duas pessoas se comprometem uma com a outra. Na verdade, o casamento começa só depois desse dia.

É saber conviver, ceder quando preciso, saber quando é preciso, dar liberdade pro outro manter sua individualidade, é amar acima de tudo. É fazer o outro feliz e o outro tem que te fazer feliz. O casamento é a vontade de viver a dois. E olha, essa vontade tem que ser muito grande. Pra isso não precisa de troca pública de votos. Afinal, ninguém vai lá ajudar o casal quando eles precisam.

Olhando pra trás, eu vejo que, pra mim, toda a celebração do casamento era mais importante que o casamento em si. Acho que eu nunca parei pra pensar: "mas é com essa pessoa que eu quero passar o resto da vida?". Eu tava mais preocupada em fazer só aquele dia dar certo, sem pensar no depois.

Hoje eu já não penso mais assim. Eu não tenho mais vontade de me vestir de noiva, nem forças de sequer pensar no stress de todo planejamento de um casamento. 

Se um dia acontecer de eu encontrar alguém que me faça feliz e eu faça o mesmo por ele, que seja uma pessoa com quem eu possa compartilhar os meus pensamentos, meus medos e felicidades. Alguém que me deixe ser eu mesma, mas que seja um companheiro (coisa que nunca tive) durante as minhas, as dele e as nossas escolhas. Enfim, alguém pra compartilhar a vida (...)


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Cansada...

Estou cansada. Não de corpo, mas de mente. Porque nos dias de hoje, mesmo quando é pra me distrair fazendo exercícios, eu não consigo parar de pensar, pensar e pensar... Aí a mente cansa.

No que eu penso? Bom, atualmente uma coisa não me sai da cabeça. Tenho alguns amigos que dizem estar preocupados comigo. Que falam: "me liga qualquer coisa". Ou querem dar conselhos pra não me sentir mal e etc. e tal. Tudo isso via facebook, às vezes telefone. Ao vivo? Não, isso nunca.

Sabe, às vezes o que eu quero não é nem resolver, nem que vocês escutem que eu tenho um problema. Às vezes eu só tô feliz, e quero sair, jogar conversa fora, dar risada, ir ao cinema, passear no parque. Porque nunca ninguém me oferece isso?

Tenho algo a comemorar essa semana. Mas não tenho ninguém pra comemorar comigo. Domingo será mais uma data importante pra mim que vai ser jogada fora por pura falta de companhia.

"Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto" (Francis Bacon). Meu mundo está deserto porque aparentemente meus amigos só se interessam por mim quando eu estou mal, quando tenho problemas.

A vida é feita de mais que tristeza. É feita de alegrias também. É isso. Sinto falta de amigos para compartilhar minhas alegrias. Daí estar me sentindo tão sozinha.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sonho de Criança

Eu convivo com muita gente mais nova que eu. E é engraçado isso porque eu começo a relembrar como eu era quando tinha a idade desse pessoalzinho (alguns mais novos que eu 15 anos!).

Muitas moças que ainda têm carinha de criança ficam bravas quando a gente fala: nooooossa, achei que você tivesse uns 15 anos! Eu era assim também. Tinha ódio mortal quando falavam pra mim que eu tinha cara de mais nova. Eu nem queria parecer mais velha, só queria aparentar a idade que eu realmente tinha. Bom, hoje, com meus quase 30, amooooo que falem: nossa, você tem cara de 18, 20! E aí eu falo praquelas moças: eu era assim na idade de vcs. Mas não se preocupem que quando vocês tiverem a minha idade, vocês vão adorar!

E aí eu penso... Nossa, como minha vida era mais fácil quando eu tinha essa idade. É verdade que eu sofri feito um cão na adolescência. Mas beleza, isso é outra discussão! É verdade que, ainda sim, eu tinha algumas responsabilidades: estudar, passar de ano, etc. Mas isso não se compara à vida adulta.

Já na faculdade eu pensava assim. Porque eu estudava, fazia estágio, tinha que entregar TCC e ainda passar na OAB. E imaginava como minha vida de criança era boa. Que eu só tinha que acordar cedo pra ir pra escola, voltava, fazia lição de casa e ia brincar de Barbie com a Julia. Ou colocar fogo no prédio, jogar ovos nos meninos, hahahaha!

Não tinham muitas preocupações. Mas por mais que houvessem menos preocupações, o mais importante é que quando a gente é criança, nós temos mais esperança. Quando a gente é criança, não passamos ainda por grande parte dos traumas que passamos até chegar na vida adulta (e continuamos a passar depois que chegamos nela). Nós sonhamos e acreditamos que nossos sonhos possam virar realidade.

O problema é que quando a gente vai crescendo, vai se tornando mais duro, porque a vida não permite a ninguém ser inocente por muito tempo. E pra cada ano que a gente ganha, a esperança vai se perdendo, e a gente não só deixa de lado nossos sonhos, mas também deixa de acreditar que um dia eles possam se tornar realidade.

Pois é... Nesse dia das crianças o que eu queria ganhar, era a capacidade de sonhar de novo.

sábado, 1 de outubro de 2011

Música

Bom, atualmente a música anda bastante em voga, por causa de todo fuzuê do Rock in Rio. Todo mundo só fala de música, das bandas que vão tocar, das bandas que não deveriam tocar, que de Rock não tem nada. Mas enfim, é um tributo à música.

Música, pra mim, é tudo. Não sei viver sem. Desde que me conheço por gente. Quantas pessoas já não me ouviram falar: "meu sonho era ser cantora, tipo assim, que nem menino quer ser jogador de futebol"? Música me move.

Música tem poder sobre a gente. Mexe com todos os sentidos. E com a cabeça também. Uma música tem tanto o poder de te jogar lá pra cima, como de te jogar lá pra baixo. Música de "estou amando loucamente" que te deixa feliz, pq vc tá amando loucamente mesmo. Música "de corno", aquela que você não está amando nem um pouco loucamente e pega uma caixa de lenços e vai ouvir chorando.

Música de festa, música de balada, música de zoeira (Mamonas e afins). Música pra ouvir no metrô. São geralmente música de revolta, que dá vontade de sair socando todo mundo que fica pisando em você, e te empurrando (eu por exemplo, amo ouvir Killing in the Name, do Rage Against de Machine no metrô, me dá vontade de sair dando thai tip em todo mundo! :p).

Gosto tanto, mas tanto de música que fui dar um rolê básico no Rio de Janeiro só pra ouvir um dos meus músicos preferidos. E fiz muito bem. Lá foi o lugar que eu mais constatei o poder da música sobre as pessoas. E que o interesse comum por ela as une muito mais que qualquer outra coisa em comum. Música hipnotisa.

Toda minha vida é baseada em música. Pra cada momento que eu vivo, eu encontro uma que se encaixa perfeitamente. Sejam tristes, alegres, engraçadas, poéticas, todas elas me movem de alguma forma. Algumas ajudam, outras nem tanto (dependendo do momento né?), mas a maioria definitivamente ajuda.

E sigo vivendo, ouvindo minhas músicas.



domingo, 18 de setembro de 2011

Mudanças...

Um ano se passou.

Há um ano atrás eu não fazia idéia de como eu estaria hoje (eu nem pensava que existiria um hoje). Na verdade, há um ano atrás eu não tinha idéia de como seria o dia seguinte, imagina o ano seguinte?

Há um ano atrás eu era outra pessoa. A essência é a mesma, mas muitas coisas mudaram. Mas não é mudança no sentido ruim da palavra, é no sentido bom. O que eu mais ouço das pessoas, desde que esse ano se passou, é que elas se espantam por nunca ter me visto não alegre, tão de bem com a vida como eu estou hoje. Ou seja, há um ano atrás, eu era triste e não sabia. Hoje, eu sou feliz e sei muito bem disso!

Há um ano atrás eu não vivia pra mim. Eu vivia pra outra pessoa. Ela sempre em primeiro lugar, eu nem tinha lugar. Aprendi que meu amor próprio deve ser maior que qualquer outro amor, porque só assim outro amor pode aparecer e sobreviver. É como diz a música: "Foi tão difícil pra eu me encontrar / É muito fácil um grande amor acabar, mas / Eu vou lutar por esse amor até o fim / Não vou mais deixar eu fugir de mim / Agora eu tenho uma razão pra viver / Agora eu posso até gostar de você / Completamente eu vou poder me entregar / É bem melhor você sabendo se amar / Eu me amo, eu me amo / Não posso mais viver sem mim".

Há um ano atrás minha idéia de diversão era bem diferente da de hoje. Hoje eu acho que me divirto muito mais que antes. Me privava de muito, sem que houvesse contrapartida alguma. Deixei de aproveitar a melhor parte da vida a troco de nada (porque ninguém merece que a gente deixe de viver por causa de ninguém). Vivi dez anos em um. E agradeço por ter tido a oportunidade de ter recuperado o tempo perdido! E a todos aqueles que me ajudaram com isso! ;)

Há um ano atrás eu confiava nas pessoas. Hoje eu aprendi que o melhor a fazer é confiar desconfiando. Não se deve acreditar 100% no que as pessoas falam. Nem todas têm o dom da sinceridade. Aliás, a maioria não tem. Às vezes as pessoas usam máscaras para esconder algo ou se mostrar de um jeito que elas não são para os outros. Sinceridade é uma qualidade minha, não dos outros e eu não posso pautar os outros por aquilo que eu sou.

Há um ano atrás eu tinha certeza de tudo. Hoje não tenho certeza de nada. E por mais angustiante que isso seja às vezes (= sempre), é bem melhor assim. Afinal, antes a vida não tinha emoção. Agora, a vida é só emoção. Seja boa ou ruim, o importante é sentir. Não sentir é não viver. Eu quero viver, nem que seja pra ficar cheinha de cicatrizes (e eu sou). Pois "se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi".

sábado, 10 de setembro de 2011

Tô me sentindo muito sozinha...

"Tô me sentindo muito sozinho", frase da música "Sozinho" de composição de Peninha, eternizada por Caetano Veloso. Minha frase do momento.

Esse sentimento de solidão é uma coisa louca, porque na verdade, eu não estou realmente sozinha. Tenho minha família comigo, meus amigos...

Mas mesmo assim, me sinto só.

Quando meu relacionamento acabou, e eu consegui me recuperar do golpe (porque sim, na época foi um golpe muito duro), a primeira coisa que se passou na minha cabeça foi: eu quero ficar sozinha. Pra sempre. Não quero ter ninguém do meu lado, porque não vale a pena. Do que eu tinha vivido até então, um relacionamento servia só pra sugar tudo de mim, sem ter nada em troca. Então não sentia necessidade de ter ninguém do meu lado.

E aí eu fui pra balada e curti tudo que tinha pra curtir, e viver tudo aquilo que não tinha vivido.

O melhor da balada foi ter mudado radicalmente o que achava de mim mesma: cara, eu sou bonita. Sim, eu chamo atenção. Eu tenho noção de que quando eu entro num lugar, algumas cabeças se viram pra olhar. Ou seja, minha autoestima melhorou e muito! Eu realmente comecei a gostar de mim mesma, comecei a me arrumar mais, e mudei bastante o estilo de me vestir.

Aliás, isso que é engraçado. Antes eu tinha baixa autoestima, por causa da aparência. Hoje que eu tô de bem com meu corpo, eu sinto que é só isso que interessa pro pessoal do sexo oposto. E eu sou muito mais do que isso. Eu sei que eu me faço de loirinha bobinha de vez em quando. Mas gente, é charme. Eu tenho personalidade e tenho opiniões próprias. Eu estudei, sou pós-graduada. Meu trabalho me exige pensar e muito, antes de decidir. Eu sou um ser pensante, não sou só mais um rostinho bonito na multidão. Ah, e claro, antes de tudo isso, eu sou uma pessoa e tenho sentimentos.

Acontece que na vida a gente não tem muita escolha. A vida se apresenta pra você muitas vezes da forma como não se espera. Então, nem sempre aquilo que a gente quer é o que efetivamente acontece. E você passa a querer aquilo que você não queria mais.

E aí, você percebe que a vida de saídas todas as noites (tá, não todas né, porque senão não há santo que aguente!) é vazia... É superficial. Só que eu não sou superficial. Então, eu percebi que isso não me satisfaz plenamente como pessoa.

Veja bem: isso não quer dizer que eu vou parar de sair e tudo mais! Não, eu vou continuar saindo sim, com meus amigos, me divertindo como eu sempre fiz! Mas, isso não me preenche totalmente como ser humano.

É que vira e mexe, de uns tempos pra cá, eu passei a querer sim a ter um relacionamento com alguém bacana, com alguém que me veja como algo mais que um corpinho legal, um rosto bonito. Quero que me vejam como a pessoa que eu sou.

E tem mais: não quero um relacionamento sanguessuga, um relacionamento vampiro, daquele que o outro tira tudo que pode de você. Não, relacionamento pra mim não é isso. Relacionamento, pra mim, antes de mais nada, é sinônimo de companheirismo, o que quer dizer: apoiar e cuidar do outro mutuamente. É a relação de amizade, sim, que todo casal tem que ter, pra ter cumplicidade e intimidade. 

É o somar: eu ajudo vc, e vc me ajuda. É estar do lado, não só em momentos de necessidade, mas nos momentos de alegria tbm. É também saber dar espaço pro outro quando necessário, porque cada um precisa viver o seu momento também. Nada de sufocar o outro. Quem ama dá liberdade, e cada um tem a consciência de fazer dela o que quiser.

Mas apesar de me sentir sozinha, cansei de procurar. Cansei de me sentir mal por nada, cansei de sentir as coisas, ironicamente, sozinha. Então, prefiro continuar comigo mesma, porque eu não me faço chorar, eu não me faço sofrer, eu gosto muito de mim mesma pra fazer isso. Eu prefiro não ter mais o superficial, porque eu não sou plana, eu sou profunda... E complexa. E eu sou a melhor companhia que eu tenho pra mim mesma.