sábado, 27 de agosto de 2011

Superação 2


Essa semana, particularmente, não foi uma semana muito boa. Não é que tenha havido tantas más notícias assim. Mas são coisinhas que vão acontecendo e que vão deixando a gente triste sabe? Mas nada comparado com o que eu poderia ouvir hoje.

Há exatos 23 dias atrás, escrevi meu último post sobre a história da cirurgia do meu pé esquerdo e todo perrengue a que isto me levou, e toda força de vontade que eu tive que ter pra dar a volta por cima.

Dois dias depois deste post, passando a mão no meu pé direito (o outro pé), descobri que tinha um cisto. Tentei não me abalar muito, não sabia o que era mesmo (e ainda não sei, porque não fiz a ressonância), mas é uma daquelas coisinhas que fica martelando na cabeça, sabe? Você se distrai, mas vira e mexe ela volta pra te atormentar.

Consegui marcar meu médico quase 20 dias depois, e hoje fui lá pra ver isso.

Bom, primeira coisa já levei bronca por causa do muay thai, né? Mas isso eu já tinha certeza! :p Também levei bronca porque não alongo minha perna. Meu médico sempre me diz que eu não tenho elasticidade nenhuma nas pernas. E eu não tenho mesmo. E também não me alongo porque é muitooo chato ficar com aquele elástico fazendo exercício todo santo dia. É tipo fisioterapia. Chato, repetitivo e monótono demais.

Ele me disse que por causa disso que pode ter aparecido esse cisto (ele disse que não era um cisto, cisto ainda, mas que tava bem perto disso já). Porque pra compensar a falta de elasticidade que eu tenho na parte de trás da perna, eu jogo tudo pra frente. Mas ele disse que eu melhorei. Antes meu ângulo de dobrar o pé era zero agora é 30°. O que não tá nem perto do ideal!

Enfim. Ele me mandou fazer a ressonância pra ver direitinho. E disse que fazendo e voltando lá, ele já ia judiar de mim. Esse judiar de mim quer dizer agulhas. Lembra da história da punção? Agulha da anestesia - agulhão da punção - agulinha da infiltração? Então...

Sério, eu tô cansada disso. E pensar que vou ter que parar minha atividade física por causa dessas coisas que acontecem comigo sem ter um motivo certo (porque raios esses cistos ficam aparecendo no meu pé?), me deixa puta da vida mega ultra hiper chateada. Não dá mais pra parar o boxe. E nem o muay thai, mesmo fazendo que nem café com leite. É um dos poucos momentos da minha semana em que eu não penso em mais nada e só me divirto (E de quebra faço exercício e fico gostosa! Hahahah). 

E pra ir trabalhar então? Como vou fazer? Depois que eu fiz as 2 punções no outro pé eu morria de medo de pisarem nele. Imagina pegar metrô às 7hs da manhã com este povo mega simpático que te vê encolhida no canto pra não atrapalhar ninguém e vai lá te empurrar, pisar (pra não dizer outras coisas) pelo mais puro prazer de incomodar?

E definitivamente o pior: perder a liberdade. Porque quem ao menos já quebrou o pé sabe o inferno que é não poder ir onde quer, na hora que quer e depender dos outros pra fazer tudo. Não poder ir daqui até ali ou sem a muleta ou ir pulando num pé só, feito um idiota. Até que você cansa e fica simplesmente sentado, olhando pra parede sem fazer nada.

Fico me perguntando porque. Porque comigo? Porque agora que tava tudo indo tão bem? Porque que eu não posso ter um pouquinho de paz e simplesmente viver a vida? Porque sempre tem alguma coisa me atrapalhando no meio do caminho? Porque, assim, eu supero. Mas quando eu vou poder parar de precisar superar?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Superação

Estive pensando esses dias (tá, até aprece mesmo que minha cabeça pára por algum instante) e cheguei à conclusão de que já passei por uns bons bocados nessa vida e superei todos, ou pelo menos grande parte deles.

Quem me conhece um pouquinho sabe que eu tenho alguns probleminhas de saúde. Mas sentir dor sempre foi o mais constante. Dor no joelho, desde que me conheço por gente. E dor no pé.

Em 2002, quando tinha acabado de entrar na faculdade, comecei a sentir muita dor no pé. Mas como estava acostumada a sentir dor, nem fui atrás pra ver o que era. E a dor passava e voltava, passava e voltava, sem eu saber o que era.

Por um acaso do destino (e uma cama com um peso pesado que caíram em cima justamente desse pé), fui obrigada a fazer um ultrassom e descobri que tinha um cisto. Calma, sem pânico. Sei que a palavra cisto assusta. Mas era um cisto sinovial. Fui num médico que me disse que precisava perder peso e fazer fisioterapia. Bom, na época, não fiz nenhum e nem o outro.

A dor continuava passando e voltando, até que em 2007 ficou tão insuportável que acabei passando em outro médico (o fofo Dr. Domingos!). Bom, fui lá fazer outros exames. Descobri que o cisto tinha "só" dobrado de tamanho. E que o único jeito da dor parar era tirando ele de lá.

Aí as alternativas eram 2: punção ou cirurgia.

Pra quem não sabe, a punção era simplesmente enfiar uma agulha praticamente do tamanho do meu braço (não, não tô exagerando... muito! haha) dentro do meu pé. Mas pareceu uma alternativa menos invasiva q a cirurgia. Iria ficar uma semaninha sem andar, mas já ia poder colocar o pé no chão, apesar de não poder fazer estripulias.

Imagina só, eu, pessoa que tem pouco medo de agulha com aquela pequena criatura. E antes dela tive que enfrentar anestesia local. E depois dela, injeção de alguma coisa que já não lembro o que era. Fiz esse procedimento duas vezes (duas vezes apavorei meu médico e minha mãe que falavam q eu tava ficando transparente!).

Não deu certo. O cisto já estava muito sólido, iria ter que fazer cirurgia. Isso já era final de 2007. Decidi deixar pro ano seguinte, pois iria viajar no revellion, depois viajei pra Foz do Iguaçu e depois meu primo casou...

Bom. Fiz a cirurgia em 02.05.08. E como minha pressão estava alta. 16x12, se me lembro bem. Enfermeiro: "vc tá nervosa?". Não moço, impressão sua! Mas meu medo não era a cirurgia em si, era a anestesia. Rack. A agulhada nas costas me deixou desesperada. Conversei com o anestesista, muito simpático. Ele disse ue ia me dar um remédio pra dormir e eu nem ia ver a anestesia.

Meu médico (que não me operou, foi um colega dele), foi só pra segurar minha mão (ele é mto fofo!). E o anestesista falou: vou te colocar o soro, vou te dar o remédio e aí você vai dormir. Beleza. Porque raios ele não avisou que a droga do remédio era endovenoso? "Não mexe o braço, pode xingar a família inteira, mas não mexe o braço". E a última coisa q eu lembro dele falando é: "porra, mas você não dorme!!".

Enfim, correu tudo bem na cirurgia. O problema não foi ela. Foi a recuperação. Fiquei praticamente 2 meses sem pisar. Sem andar. Totalmente restrita, sem liberdade nenhuma, subindo pelas paredes, dentro de casa e trancada por tanto tempo. Quem nunca passou por isso não sabe o quão desesperador é, você simplesmente não poder ir da sala até a cozinha. Fora os quilos há mais.

E aí, eu precisei a aprender a andar de novo. Mais uma luta. Foi um bom tempo de fisioterapia e ainda sem poder fazer atividades físicas.

Eu recebi alta pra poder andar na rua, pegar metrô essas coisas, no fim de agosto de 2008, coincidentemente com a minha nomeação no Tribunal de Justiça. Menos mal né? Mas nada de voltar pro meu boxe.

O boxe é uma das coisas que eu considero mais importantes na minha vida. Foi o esporte em que me encontrei (sim, é só treino, eu não faço competição, mas não importa, é meu esporte). Ele funciona como terapia (de verdade) e é uma coisa que eu faço somente por mim e pra mim (o que é beeeeeeeeeeeem difícil).

Enfim, só fui liberada pro boxe no fim de 2008. Mas como nesta época trabalhava no Ipiranga, acabava nunca conseguindo chegar no horário da aula. Acabou que fui parando de ir treinar. Só consegui voltar de verdade quando fui pra gabinete, em abril do ano passado.

E desde então não parei mais. Claro que tem dias que tô podre de cansada, mas só de ir lá, ver o pessoal, dar risada e bater nos meninos (hahahahah!) já dá uma ajuda enooorme! Principalmente de saber que a história do pé (daquele da cirurgia né, o outro já é uma outra história!) foi superada e ficou pra trás. Como todos os outros perrengues da minha vida.

Sempre que eu quero algo e tenho medo, ou entendo que tenha algum obstáculo que momentaneamente parece intransponível, eu simplesmente supero. Vou lá, faço, aconteço, resolvo até conseguir chegar onde quero. Porque não adianta ficar sentada esperando a banda passar.

Foram 3 anos de luta pra superar essa história, que definitivamente me marcou como muitas outras. Mas hoje eu tô aqui de pé, pulando, batendo, saltitando, correndo, mais magra (e loira) e feliz! :)