sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal e Feliz Chanuka!

Então people!

A maioria de vcs sabe que eu não comemoro o Natal. Pra quem não sabe, não é por revolta não, é só porque eu sou judia mesmo! E quando eu falo isso pras pessoas, muita gente me pergunta: "Mas você não faz nada no Natal? Vocês não têm nenhuma festa?"

Eu sempre respondo: Então! A gente tem uma festa sim, que costuma calhar sempre com o Natal, é chamada Chanuka (lê-se RRANUKÁ). Ela dura 8 dias e tecnicamente a gente tem que ganhar um presente em todos eles, mas, isso nunca aconteceu comigo!

Só que na verdade, eu nunca tenho paciência de explicar o que é a história de Chanuká.

A história de Chanuká, é uma história de milagres. Me desculpem, mas vou ser bem sucinta aqui, mesmo porque eu não tenho todo esse conhecimento pra contar tudo com detalhes! Quem me conhece, sabe que eu sou judia, sabe que eu não sou a mais praticante da face da Terra (aliás né, nem a menos praticante)!

Os acontecimentos se passam na época do Segundo Templo, ou seja, 200 a.C. (Segundo Templo: Houveram dois grandes Templos na história judaica. O Primeiro, construído pelo rei Salomão, o segundo, por Herodes, no mesmo local em que se encontrava o primeiro, que foi destruído pelos Babilônios. O Segundo é o mais conhecido, pois, apesar de também ter sido destruído, uma parte sua permanece de pé até hoje e é conhecida como Muro das Lamentações).

Então, o povo judeu tava de boa lá na sua terra quando de repente, os gregos, grandes conquistadores, resolveram que queriam tirar uma casquinha de lá, invadindo o pedaço com seu super ultra mega blaster exército.

E aí ocorreu o primeiro milagre: os judeus, bem menos numerosos, compostos de meros camponeses, sem o menor "know how" na arte da guerra, conseguiram derrotar a super potência grega. Este pequeno exército ficou conhecido como os Macabeus.

Mas o milagre mais conhecido não é este. É o segundo. Depois da batalha, percebeu-se que o azeite puro utilizado no Templo para que fossem acesas as luzes da Menorá (um candelabro com 7 braços) duraria apenas um dia. Entretanto, ele durou aceso por 8 dias, tempo suficiente até que mais azeite fosse produzido para manter a chama acesa (a chama tinha que ficar acesa). Por isso que o Chanuká é conhecido como a festa das luzes, onde a cada dia (dos oito, por causa do tempo que durou aceso o azeite) é acesa uma vela num candelabro denominado Chanukiá.

Pois é, festa das luzes, assim como o Natal. Então, quando as pessoas vêm me desejar um feliz Natal, mesmo eu não comemorando, e muitas vezes elas sabendo disso, eu as abraço e digo: "pra você também!". Porque o Natal, pra mim, pode não ter o significado religioso que ele tem. Mas é uma festa tão bonita, em que todos se desejam o bem, em que a atmosfera humana fica mais leve, que me dá uma ótima sensação de bem estar, coisa que não temos durante todo o ano. 

Sim, é o milagre de Natal (e também, quantos filmes não há nesse sentido?), pois é uma época em que parece até que nos aproximamos da vontade de John Lennon: "Imagine all the people, living life in peace". Há mais sorrisos, mais pessoas se ajudando (tem mais trânsito também, mais gente na rua, mas vamos abafar o caso né?).

O caso é que, nesta época do ano, não importa se você é cristão, judeu, mulçulmano, hare krishna, budista, etc. Importa que você seja uma pessoa, e o que você faz como tal (aliás, isso não importa só nessa época do ano, mas sim no ano inteiro). Você é bom? Você ajuda o próximo? Ou pelo menos tenta não atrapalhar? Pra isso, ninguém depende de religião. Ou de milagre.

Por isso desejo a todos: Um Chag Chanuká Sameach e um Feliz Natal!


domingo, 18 de dezembro de 2011

Resoluções de ano novo

Ano passado, nesta mesma época, escrevi um post com várias resoluções que tinha tomado para 2011. Também já escrevi um post, neste ano, dizendo que já tinha cumprido várias delas.

Mas nada como o fim do ano para fazer o balanço derradeiro:

- Terminar a Pós: Defendi a tese, passei, sou pós-graduada em Direito Público, com o diploma já em mãos!

- Voltar a estudar (pra concursos): Not checked. Este ano foi um ano mais voltado a realizações pessoais do que profissionais. Os estudos ficaram em segundo (ok, em último) plano. Mas não é algo que do qual eu me arrependa. Muito pelo contrário. Se estivesse estudando não teria feito metade das coisas que me deixaram muito feliz esse ano.

- Fazer uma grande viagem: Pô, se fiz né? Duas semanas no Chile, sozinha. Deserto do Atacama, minha epifania. Foi tudo que eu sonhei e que não sonhei. E mesmo assim, realizei. E sozinha, coisa que eu nunca imaginei que conseguisse ou tivesse coragem de fazer. Abriu portas para outras muitas viagens que sei que terei. Fora as outras viagens que fiz ao longo do ano: Peruíbe, Rio de Janeiro (ô cidade maravilhosa!), Campos do Jordão, Buenos Aires (Hello? Também foi uma grande viagem! Mas por menos tempo), Maresias e Mongaguá tá vindo aí também (Sei, coisa de pobre, mas aqui é curinthia né, e depois do Chile, é o que deu pra fazer)!

- Sair mais: Saí muitooooo! Talvez menos do que gostaria, mas não tive do que reclamar. Este ano eu realmente aprendi o que é viver a vida. Dar minha bela face a bater neste mundo a fora. Sofri várias vezes, mas também já escrevi neste blog que antes viver cheia de cicatrizes do que não viver "at all". Fico feliz de ter histórias pra contar, coisa que não tinha até então!

Pois bem. 2012 está chegando e está na hora de fazer novas resoluções.
Eu poderia prometer voltar a estudar, porque realmente não me vejo mais crescendo profissionalmente e isto me chateia um pouco. Afinal, estudei muito pra ficar estagnada num lugar que eu até gosto, mas não é o que eu quero pra minha vida.

Eu poderia prometer me tornar uma pessoa melhor. Ser mais racional, menos emocional. Poderia prometer me envolver menos com as coisas/pessoas. Que ficaria menos irritada com aquilo que me chateia ou decepciona.

Eu poderia decidir que iria para Europa passar 30 dias sozinha de qualquer jeito, doa a quem doesse (esse doa a quem doesse é mais meu bolso que qualquer outra coisa!). Que iria conhecer um pedacinho de cada país que eu quisesse, e principalmente meu maior sonho de vida, a Grécia.

Mas não, este ano não farei novas resoluções. Isto, porque fazendo resoluções, eu me fecho, deixo de ter maleabilidade para as oportunidades que muitas vezes a vida nos oferece e que são totalmente inesperadas.
Foi isso que eu aprendi esse ano. Que as melhores coisas que a vida nos dá são imprevistas. É claro que temos que ter uma direção na vida. Mas ela não pode nos impedir de mudar de idéia no meio do caminho, por algo que se apresentou e que pode ser bom.
O melhor do que vivi esse ano foi justamente aquilo que eu não previ de forma alguma, mas que a vida resolveu me dar de presente. E eu aceitei com muito bom grado, mesmo não tendo planejado daquela forma.

Então, este ano eu vou viver conforme a vida se apresentar pra mim. Bom, talvez essa seja minha única resolução de ano novo! :)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Em busca de mim mesma

Quem me acompanha (ou não) percebeu que há um tempo atrás eu estava bem mal. Como todos nós fazemos de vez em quando, me perdi na vida. Fui pro fundo do poço. Precisava me encontrar. Mas comecei a voltar devagarzinho e algumas coisas começaram a dar certo. 

Uma delas foi poder tirar mais 15 dias de férias (coisa que eu já nem tinha mais esperança de fazer esse ano). Só que eu não queria tirar férias pra ficar em casa. Isso não me ajudaria em nada, ao contrário, só pioraria tudo ("cabeça vazia, oficina do diabo"). Então, resolvi ir ao Chile, pra tentar me encontrar.

Porque pro Chile? Bom, há cerca de dois anos descobri que tenho parentes no Chile. Nós aqui no Brasil não sabíamos da existência deles e eles da nossa. Então, resolvi que ia pra lá pra encontrar esse elo perdido da família Goldzveig. E, além de tudo, era um lugar diferente que apesar de nunca ter feito parte dos meus planos de viagem anteriormente, foi um lugar pelo qual eu me apaixonei.

Passei duas semanas maravilhosas lá. E mesmo assim, não consegui conhecer o país todo. Não parece, mas o Chile, apesar de ser "fininho" (ouvi por lá que o Chile não tem leste e oeste, só tem norte e sul), é um país muito grande, muito extenso, de extremos muito opostos. De neve de um lado e deserto do outro. De lugares exóticos como a Ilha de Páscoa. De praias maravilhosas, como em Viña del Mar e Valparaíso. E Santiago com certeza é uma metrópole bem melhor cuidada que São Paulo.

Comecei com Viña del Mar e Valparaíso. Numa comparação tosca (MUITO tosca) são como Santos e São Vicente. Pela aproximação uma da outra, tanto que podemos transitar entre uma e outra de ônibus regular ou até de metrô (sim, metrô intermunicipal). Agora, as praias de lá são muito mais lindas que as nossas, sem comparação. Mar azulzinho, praia limpinha. Mas o Oceano Pacífico, sem condições de entrar. Congelante. Tentei, pus meu pezinho e ele começou a formigar de tão gelada que estava a água. Ardia até.

Fiquei bastante em Viña, e cheguei à conclusão de que poderia morar lá facilmente. No fim, já tava dando até informações pro pessoal de lá de como chegar nos lugares! Adorei ficar andando pela cidade, entrar em cafés, ficar nas plazas sentada, lendo, sem fazer nada. Ir à praia, ouvir música, olhar o mar. Lá eu descobri o que era ócio criativo! Com certeza eu poderia viver assim pro resto da vida! :)



Mas eu queria viver uma aventura. Quando decidi ir pro Chile minha idéia inicial era ir pra Ilha de Páscoa, porque sou encantada pelos Moais e toda misticidade que os envolve. Mas meu tempo ($$$$) era curto. Só que o Chile tem lugares diferentes para se conhecer em quase toda sua extensão. Ao sul, há a Patagônia. E ao norte, o deserto do Atacama. Fui pro Atacama, sozinha, alone, with myself.

Foi minha parte preferida da viagem. Porque aprendi muitas coisas sobre mim mesma. Esse tempo sozinha, com tantas coisas diferentes pra fazer e conhecer. Tantos lugares exóticos, lindos. Tanto calor e tanto frio (deve ter ido fácil dos 40ºC aos -10ºC). Me fez pensar muito sobre muitas coisas. Conheci muita gente diferente, de vários lugares do mundo. Percebi que eu faço amizade fácil! :) Então, por mais sozinha que estivesse, eu conguia arrumar companhias, mesmo que fosse apenas por uma excursão. E mesmo assim, quando resolvi sair sozinha, me virei bem. Enfim, foi um lugar catártico.

O Atacama não se descreve por palavras. Nem as fotos conseguem transcrever o que significa aquele lugar. Só estando lá pra saber. Sei que fiquei apaixonada por um lugar deserto, cheio de areia e sal, inóspito, árido, mas belíssimo. Emocionante.



Santiago não me surpreendeu. Mas isto não é uma coisa ruim. Eu já tinha ouvido falar muito bem da cidade e foi exatamente isso que eu encontrei: uma cidade de primeiro mundo, uma metrópole, mas em que as pessoas têm uma qualidade de vida muito melhor. Metrô lá vai longe. Fui a Concha y Toro, uma vinícola, de metrô. Andei a cidade toda de metrô, que é extremamente limpo, aliás, a cidade toda é (Aqui eu não consigo ir de casa até Moema, que é praticamente do lado, de metrô. Coisa pra se pensar). As pessoas não andam com pressa como aqui em São Paulo. Elas também param pra ficar nas praças, olhando pro horizonte e além. Os Cerros (pra gente é morro, mas não morro=favela), são lindos, verdadeiros parques nas alturas. Pena que fiquei pouco tempo lá, gostaria de ter conhecido melhor.



Anyway... Como disse anteriormente, fui pro Chile pra me encontrar como pessoa. Acho que como eu passei bastante tempo comigo mesma, mas longe das coisas que estavam me afligindo, tive a chance de colocar os pensamentos em ordem.

Pode até parecer que foi uma tentativa de fuga de mim mesma. Mas não foi. Ninguém consegue fugir de si mesmo, isto é impossível. Mas este "pause" na minha vida real me ajudou muito a olhar pros meus problemas de uma perspectiva que antes não eu não tinha. Voltei muito mais leve, feliz, muito mais disposta a encarar os problemas de frente. Aliás, muito mais disposta a não arrumar mais problemas! :) Mas se eles aparecerem, o que eu tenho certeza que acontecerá (porque todo mundo é passível a isto), acho que passarei a encarar as coisas de outra forma.

Eu já fui e já voltei do pior muitas vezes. Mas cheguei a uma conclusão: eu sou uma Fênix (ou o Highlander!)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011

Iniciei 2011 querendo que o ano realmente começasse logo. Termino-o desejando que acabe o mais depressa possível! Explico.

Isto não é porque o ano foi ruim não! Imagina! Foi de longe um dos melhores anos da minha vida. Comecei esse ano na beira do abismo. Sem chão, sem saber o que fazer. Com isso, aprendi que tudo na vida é uma questão de hábito. O difícil, apenas, é largar os velhos costumes e iniciar novos. Mas por isso que eu queria que o ano começasse logo. Fui obrigada a largar um hábito velho e capenga (e chato, muito, chato, diga-se de passagem!) e queria recomeçar minha vida, cheia de novas experiências.

E assim foi.

Começo pelas pessoas. Recuperei amizades desgastadas antigas. Conheci muita gente nova. Gente que não valeu a pena. Gente que parecia que ia valer a pena, mas não valeu. Gente que valeu a pena, mas que (infelizmente) não ficou. Gente que valeu muito a pena e que se mantém a meu lado até hoje.

É difícil, sou uma pessoa que se apega rápido e muito aos outros. Às vezes os outros simplesmente não são assim. Aliás, a maioria não é. O que eu preciso aprender é não me doar tanto como eu sempre faço. Botar em prática o "eu me amo antes de você", porque é necessário pra ME evitar desgastes emocionais desnecessários.

O que importa é que todas as pessoas que conheci me ensinaram algo. Seja bom ou ruim, aprendi com todas.

Meu trabalho teve altos e baixos. Desentendimentos sempre surgem, porque afinal, a gente trabalha com pessoas, diferentes da gente, com idéias e pontos de vista diversos. Mas no fim, não tenho do que reclamar. Tive meu esforço reconhecido pelo meu querido chefinho, que é o que conta.

Aleluia! Após mais de um ano enrolando só com a monografia de conclusão de curso da Pós-Graduação, defendi minha tese, me tornando especializada em Direito Público. Finalmente tenho um título e pontos há mais para um futuro concurso público. Sim, porque definitivamente, meu lugar não é (eternamente) no TJ.

Viagens, muitas viagens! Sabia que gostava de viajar. Mas agora tenho certeza absoluta! Comecei com uma pequena ida despretenciosa de dois dias pra Peruíbe (Peruoba!). Terminei passando 2 semanas fantásticas no Chile (na verdade eu ainda não terminei, irei ao fim do ano a Mongaguá, pegar mais um bronze!). Todas as viagens foram boas. Mesmo Maresias tendo chovido (a companhia foi mais que boa!). Mesmo não tendo conhecido Buenos Aires do jeito que queria (o tempo foi curto). Mesmo não tendo ido à praia no Rio de Janeiro (como assim, né??). Mesmo tendo feito o tour de sempre por Campos do Jordão (que continua linda).

Viagens são boas porque quebram nossa rotina e nos dão uma folga pra respirar pra poder continuar tudo de novo. Viagens, pelo menos pra mim, são uma espécie de limbo antes de um recomeço. É algo que vivemos fora da nossa realidade, mas que serve pra gente se realinhar, voltar aos prumos, ficar sobre os próprios pés pra poder voltar a andar.

Em tempo, já tenho minha carteirinha de alberguista e aprendi a viajar sozinha, tendo elegido como novo hobby, conhecer lugares novos. Me segurem!

O boxe e o thai foram o que me salvaram muitas vezes de mim mesma. Lá é minha segunda família. Um lugar que eu realmente me sinto em casa. Então, se eu tinha um problema, era só ir pra lá que ele passava na porrada! :) E tem gente que não entende porque eu não abro mão do meu treino. Simples: porque é minha vida, e porque faz parte de mim. E como eu sempre digo, boxe e thai podem até ser lutas, mas são feitos de sorrisos! Ah! E eu finalmente me graduei no thai: faixa branca com ponta vermelha, pulei uma! \o/

Por fim, meu elefante branco finalmente começou a ser resolvido, depois de mais de um ano de enrolação. E essa coisa que não quer desgrudar de mim, começa a se soltar cada vez mais.

Por tudo isso que eu digo que foi um ano bom. Tive momentos baixos? Sim, claro, quem não tem? Mas os momentos bons sempre superam, e é da parte boa e divertida que acabamos lembrando! Anos de novas experiências são assim: aprender é uma coisa difícil, a gente pena. Mas no fim aprende e sofre menos. E o saldo é sempre positivo!

Agora, porque quero que o ano termine logo? Bom, o ano já está no fim mesmo. Alguns hábitos já estão se tornando velhos e muitas vezes se tornam ciclos viciosos ao longo do tempo. Então, nada melhor que um ano novo para recomeçar, com outra cabeça, outro pensamento, novas aventuras. Aprendendo a manter aquilo que foi bom, descartando aquilo que foi ruim. Se vou ter momentos de sofrimento? Provável. Não faz mal, porque faz parte da aprendizagem.

Ou seja, quero que este ano acabe só pra que o outro comece! :)