domingo, 13 de maio de 2012

Fantasy Island!

Loucuras. Temos que fazer de vez em quando. É aquilo que dá tempero na vida.

Quando fui ao Chile no fim do ano passado, minha idéia era aproveitar e conhecer a Ilha de Páscoa, ou Rapa Nui, possessão deste país. Só que como em toda Ilha, tudo é caro, a começar pela passagem. Não deu pra ir, e eu acabei indo pro Atacama (not bad at all!). Mas a idéia fixa de ir pra lá permaneceu.

E cerca de um mês depois que eu voltei do Chile, na melhor viagem que eu fiz na minha vida, o Peixe Urbano aprontou comigo. Promoção para Ilha de Páscoa, em letras garrafais. Claro, mais barato do que seria ir por conta. Mas mesmo assim, não era barato. Loucuras. Temos que fazer de vez em quando na vida!

Comprei o pacote. Só pra mim. Sem perguntar pra ninguém se alguém queria me acompanhar (na época eu não conhecia as pessoas que certamente me acompanhariam!). Sim. Eu ia sozinha pra misteriosa Easter Island! =) Mas não para me descobrir, como quando fui pro Chile. Fui pra lá pra curtir um lugar diferente, exótico, que eu jamais sonhei em ver em toda minha vida!

E fui eu lá,com meu malão (com um monte de roupa que eu não usei), embarcar na viagem mais longa da minha vida. 12hs de viagem. 5hs de voô de SP a Lima. 2hs de conexão. Mais 5hs de voô de Lima à Ilha. Pra completar, eu tinha ficado gripada nesse meio tempo!

Cheguei à Ilha 5:40hs (horário local). Tudo escuro. Com uma puta baita fila de imigração, com dois funcionários para atender todas as mais de 200 pessoas que haviam acabado de chegar. Enfim, eu tava tão baqueada nesse momento que já não conseguia mais nem pensar. E fiquei quietinha esperando minha vez, observando os cães farejadores passar entre nós para ver se não encontravam nada.

E aí fui ao encontro da guia, que já me esperava e me colocou na van com todos os outros que tinham comprado o mesmo pacote que eu, e fomos rumo ao hotel. E o primeiro habitante da Ilha a me cumprimentar, no hotel, foi justamente, um gato! Ponto pra Ilha! =)

Eu tava morta da viagem e não poderíamos fazer o check in. Jogaram a gente no saguão do hotel. Lá eu conheci a Solange e a Alice, filha e mãe, que me fizeram companhia a viagem toda e não me deixaram sozinha!

Eu poderia contar que os passeios pela Ilha foram ótimos. Que nem em sonho eu imaginaria um lugar desse na Terra. Que os moais são coisas além da nossa simples compreensão. Que a paisagem é simplesmente maravilhosa. Que a Ilha é diferente de tudo que eu já vi. Mas se nem por foto dá pra ter a dimensão disso, imagina só falando? E é por tudo isso que eu apelidei a Ilha carinhosamente de Fantasy Island!

O fato é o seguinte: eu fui pra Ilha achando que eu já tinha me descoberto. Que eu já estava pronta e acabada, e que agora era só curtir esse momento. Engano meu. Lá eu descobri que nós podemos nos redescobrir sempre, e ultrapassar obstáculos que nunca imaginamos que pudéssemos fazer antes. E fazer coisas que nunca pensamos também.


Bom, a maioria das pessoas que me conhece sabe que quando se trata de mato, insetos e afins eu sou muito fresca, medrosa e saio correndo até de borboleta (sim, eu morro de medo de borboleta). 

Mas não foi na Ilha que eu descobri que conseguia deitar na grama sem ter medo nenhum de que algum bicho estranho pulasse na minha jugular? E que eu conseguiria entrar numa caverna totalmente escura, sem sequer pensar nos perigos que podiam ter lá (tipo, morcegos! rsrs). Aliás, em tempo, nunca achei que fosse usar a lanterna do Iphone pra algo que realmente fosse útil!

E... Eu comi camarão e passei a gostar! (eu sempre falei que não gostava de camarão!). E ainda no quesito comida: eu comi uma refeição que era preparada simplesmente com pedras vulcânicas quente e que ficava enterrada debaixo do solo.

Enfim. É isso. Essa viagem me deu a oportunidade de me redescobrir. De saber que eu consigo ultrapassar os dogmas que eu impus a mim mesma. De saber que eu simplesmente posso mudar de opinião, e que isso não representa o fim do mundo. Que eu sou capaz de transpor os obstáculos que eu mesma impus a mim.

E à Ilha de Páscoa, eu sempre agradecerei por ter me ensinado isso! Porque da minha loucura, eu redescobri a minha razão!